O facebook lançou na última terça feira (04) uma campanha contra a violência infantil. Na essência a proposta é simples, para aderir à campanha, basta trocar a foto do perfil por um desenho animado, ou gibi que tenha marcado a infância pessoal até o dia 12 de outubro. De acordo com o site G1, em 24 horas, 100 mil usuários já tinham aderido à idéia. Para muitos, a campanha não muda a realidade da violência infantil, e é uma visão plausível, no entanto, esse tipo de mobilização pode levantar questões sérias. A partir dessa iniciativa, surgiram reflexões acerca do tema, que geralmente é esquecido por muitos de nós, quando não nos atinge, como boa parte das mazelas do nosso país. Trocar a foto do mural por um desenho animado pode parecer para muitos, um besteirol, mas acredito que a mobilização causa sim efeitos. Um texto postado na quarta feira, por Bruna Cook (“Carmem Sandiego por esses dias”) na revista Fraude online, exemplifica muito bem essa questão. No texto, Cook fala que não costuma aderir a virais desse tipo, mas se permitiu participar dessa vez. Para ela, a princípio, pareceu mais um “oba oba”, mas a efetivação de que poderia ser um meio de protesto, chegou também pelo face. O link de um site que exibia imagens de violência sexual contra crianças mudou os ares da sua noite, e ali ela pode denunciar o vídeo, que foi tirado do ar através das denúncias.
Campanhas que pretendem alertar contra temas sérios, não devem ser necessariamente sérias. Podemos falar de coisas difíceis, delicadas, usando de artífices mais lúdicos, e acredito que essa tenha sido a idéia. Enfim, o facebook se tornou um ambiente infantil, fica difícil até reconhecer os amigos. Os desenhos trouxeram a infância, ao que parece para mais próximo de nós, que já não somos tão jovens assim.
O Orkut também está tentando pegar carona no “sucesso” da campanha do facebook, diversos usuários dessa rede também já aderiram à campanha, com menor força, mas ao que parece, até o dia das crianças um grande número de usuários vão estar “curtindo” a ideia.
A campanha também pretendeu chegar às ruas, propondo que as pessoas usassem camisetas brancas ou fantasias de seus personagens na rede social, num encontro na Avenida Paulista, no último sábado (8). Mas não teve a mesma força que a mobilização na rede.
É claro que não podemos desconsiderar o fato da campanha ser uma jogada de marketing das empresas que tiveram a ideia, uma estratégia que deu certo. Tão certo que houve até doação de R$1 MILHÃO DE REAIS destinada ao combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
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