segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desenhando um bom marketing com animação

Como vimos nas postagens anteriores, o mercado tecnológico não está apenas adaptando os produtos de consumo adulto para conquistar o universo infantil, percebe-se também que o caminho inverso está sendo percorrido por este mesmo mercado e, para comprovar isto, não faltam novidades no mercado dos brinquedos, do cinema e da publicidade, isso mesmo, a publicidade está empolgada com este novo filão e o que não falta são estratégias de marketing bem elaboradas para vender produtos, conscientizar a sociedade e entreter a todos.


A prova mais recente desta criatividade foi apresentada pela ong ambientalista: Greenpeace que usou o personagem Ken para fazer uma crítica inteligente e bem-humorada à empresa Mattel que na fabricação de suas embalagens usa madeira desmatada das florestas da Indonésia, um dos últimos redutos de mata tropical do planeta. Acompanhe a campanha:


O vídeo engraçado é para ser levado a sério. Segundo o site oficial do Greenpeaceforam meses de investigação até a ong descobrir que a Mattel, fabricante da Barbie, compra a matéria-prima de suas embalagens da companhia Asia Pulp and Paper (APP), subsidiário do grupo Sinar Maso mais notório destruidor de florestas da Indonésia. Para impulsionar a campanha e pressionar a maior fabricante de brinquedos do mundo a parar de alimentar a cadeia de destruição de árvores que afetam o habitat dos últimos orangotangos, tigres e elefantes do planeta, o Greenpeace lançou uma ação global contra a fabricante de brinquedos. O lançamento do protesto foi na sede da Mattel que fica na cidade de El Segundo nos Estados Unidos. Assista como se deu a ação da campanha:


O protesto resultou em oito ativistas presos, entre eles, uma mulher vestida de Barbie que dirigia uma escavadeira rosa, no entanto, a ong conseguiu com que a Mattel se posicionasse de forma mais favorável ao desenvolvimento ambiental, através de um comunicado, a fabricante da Barbie, afirmou que irá avaliar suas fontes de abastecimento de papel e embalagens à medida em que avança em melhorias, além disso, disse também estar surpresa e desapontada com a campanha pela abordagem inflamada que mobilizou mais de 500.000 e-mails enviados por clientes através de um link direto fornecido pela campanha num site especial. Vale lembrar que o Greenpeace também já realizou campanhas de protesto contra a Nestlé contra a Unilever (fabricante dos produtos Dove) e em ambos os casos obteve sucesso com a redução do desmatamento.

Por falar na Dove - Unilever, a fabricante de produtos de higiene feminina também já explorou os recursos que combinam desenho infantil e publicidade para divulgação da sua marca, a proposta foi bem inteligente e usou personagens de desenhos animados para estrelar a campanha que circulou nos Estados Unidos. Confira o resultado:





E não é a primeira vez que os personagens dos Simpsons estrelam uma campanha publicitária, a Renault também já usou a imagem da família nada convencional mais conhecida no mundo para estrelar o anúncio do Renault Kangoo:


Pelo visto estas propostas de campanha possuem todos os indícios de sucesso para conquistar o maior raio de público possível, é mais comum observarmos esta relação em campanhas promocionais de lançamento de filmes e afins, mas nestes casos a situação é outra, a causa está altamente vinculada ao interesse das empresas em comercializar ou difundir seus produtos e conceitos. A iniciativa por aqui, preza pela criatividade e originalidade que em parceria com as animações configuram uma boa propaganda destinada a todos os públicos.

sábado, 12 de novembro de 2011

Um cinema infantil para todas as idades


Abre-se mais uma vez o baú empoeirado da imaginação, dentro dele, adaptações de livros infantis / séries de tv / contos de fadas quadrinhos antigos lotam as salas de cinema e produções vistas inúmeras vezes voltam a bater recordes de bilheteria no mercado cinematográfico atual. É como se, de repente, o público estivesse envolto em um sentimento de nostalgia e vontade de reviver os clássicos que marcaram a infância de cada um - seja pela literatura ou pela televisão. Existe um desejo no ar de rever as histórias cheias de duendes, fadas, princesas, sapos, vilões, heróis, fábulas que ajudavam o sono a chegar, povoavam o imaginário e fortalecia a ilusão de que o bem sempre vencerá o mal, a princesa sempre será salva pelo príncipe encantado e os super heróis sempre existirão.

Toda essa saudade dos desenhos do inicio da década de 80 que mantinham as crianças por horas em frente à TV, sem ao menos se mexerem, que os faziam inventar dores na barriga e nos dentes só para não ir à escola; saudade dos gibis que entretinham por horas e horas em uma leitura agradável e silenciosa; dos filmes de animação delicadamente desenhados à mão e que duravam meses para ficarem prontos, alguns até anos, e que marcaram a vida de toda uma geração; todas estas lembranças poderia para muitos ser coisa de museu - acervo vivo apenas nas memórias dos mais velhos - mas eis que os mesmos voltam à cena e não apenas isto, voltam também a fazer história.  Quem não se lembra de Mickey e Donald, Os três porquinhos, O Rei-leão, Mulan ou A Bela e a Fera? Se bem que estes três últimos já foram de uma geração mais tecnológica, entretanto, não menos encantadora.


O fato é que esse sentimento tem levado produtores, roteiristas, animadores e diretores dos grandes estúdios de Hollywood a recontarem as histórias que por décadas encantou gerações, no entanto, hoje o alvo é a geração do vídeo game, dando aos pais a possibilidade de mostrar aos seus filhos um pouco do universo, no qual, eles foram criados, demonstrando toda a emoção que sentiram quando criança e proporcionando um passeio no mundo da imaginação saudável dos desenhos de outrora. Neste contexto, foi se o tempo em que as produções cinematográficas infantis agradavam apenas os menores, atualmente, tornou-se comum também a presença dos adultos nas salas de cinema para, além de acompanhar as crianças, apreciar este gênero do cinema cada vez mais adaptado a esta nova realidade, como resposta a isto, o mercado cinematográfico está cada vez mais de olho neste novo filão, apresentando novas produções que agradem todas as idades e trazendo para o presente filmes e projetos consagrados em outras décadas.

Hoje, entretanto, diferente de décadas passadas, a tecnologia em 3D possibilita que a história venha até as crianças e as inserem em seu universo, saltando diretamente aos seus olhos, ou seja, um fato que antes era inimaginável hoje torna-se mais acessível. Neste caso, a simples conversão para o formato 3D - sem alterações na história - fazem com que os filmes sejam até hoje campeões de bilheteria como aconteceu com o "Rei Leão 3D", que motivou a Disney a relançar outros clássicos já programados, como A Bela e a Fera (janeiro de 2012), Procurando Nemo (setembro de 2012), Monstros S.A (janeiro de 2013) e A Pequena Sereia (setembro de 2013), além disto, esta nova perspectiva de mercado se arrisca a comprovar que tanto o filme Os Smurfs quanto os Muppets  relançados depois de 50 anos - ainda tenham fôlego para conquistar um público totalmente diferente do de outrora.

Entretanto, vale lembrar que essa ideia - que para alguns pode parecer retrógrada - tem lotado as salas de cinema por todo o mundo, criando uma onda tsunâmica de proporções excelentes para os cofres dos mega estúdios hollywoodianos. Segundo informações, mais personagens antigos irão em breve chegar nos cinemas: Carmem Sandiego (anos 80) e Gato Mandachuva (anos 60), para assim acompanhar a já extensa lista de filmes que contém: Zé Colmeia (anos 60), Speed Racer (anos 60), Garfield (anos 70), Scooby doo (anos 70) e a série de tv Os Simpsons (anos 90).

Recentemente vários
quadrinhos da DC comics tiveram suas versões adaptadas para o cinema, como por exemplo: Lanterna Verde, Thor, Batman, Superman, Homem Aranha, Capitão América, X-men, Homem de Ferro, e tantos outros filmes que tem fascinado não só as crianças, bem como muitos adultos, pois trouxe o mundo da imaginação para bem mais perto deles.


Essa (re)leitura dos clássicos infantis, possibilitou para muitas crianças uma chance de reencontrar-se com o passado, sem abandonar o seu presente. Hoje, a 
literatura infanto-juvenil não se compõe apenas de livros, é preciso adicionar os filmes animados que muitas das vezes são versões adaptadas desses livros, pois a correria pós-moderna aliada ao avanço tecnológico não as permite parar horas diante de um livro, mas os efeitos, as cores, um bom roteiro, a trilha sonora perfeita, as prendem as poltronas do cinema por duas horas sem piscar os olhos.

Até que ponto isso é bom, depende de como essas crianças são orientadas a ver os filmes. Espera-se que não apenas como entretenimento, mas que elas sejam orientadas pelos pais a conversar sobre os mesmos e assim fazer a sua própria leitura do que foi visto. Diversão, aprendizado e emoção voltam às telas e, desta vez, para todas as idades.