Em menos de uma década, as inovações tecnológicas costumam moldar o nosso contato com o mundo de forma cada vez mais aceitável, por esta perspectiva, o empresário e co-fundador da Apple: Steve Jobs (1955-2011) foi imprescindível para a construção desta nova realidade. Resultado deste processo atual, o vídeo abaixo foi postado no YouTube em menos de um mês e tal como o título do vídeo original apresenta: "As revistas são iPad's que não funcionam".
Carrinhos de controle e Barbies já deixaram a muito tempo de ser os presentes prediletos dos baixinhos, nascidos em um século dominado pela tecnologia, a maioria deles preferem se divertir com computadores, tablets, celulares, entre outros, a “perder tempo” com carrinhos e bonecas. Talvez pela curiosidade, desde muito cedo eles aprendem a interagir com os produtos eletrônicos com uma facilidade que espantam os adultos. Esta habilidade que eles apresentam, muitas vezes é incentivada por uma nova geração de pais conectados com os últimos lançamentos tecnológicos. Porém, até que ponto todas essas habilidades podem ser encaradas de forma saudável? É claro que atualmente é quase impossível proibir que as crianças utilizem meios tecnológicos, mas os pais devem ter bom senso na hora de permitir o uso destes aparelhos.
“Este ano o presente, para o dia das crianças, que eu dei para meu filho, foi um celular”, diz a vendedora Frankscileide Caldeira. Seu filho Gabriel Caldeira tem apenas seis anos de idade, e antes de ganhar o tão esperado presente já sabia manusear os celulares de seus pais, “ele sempre mexeu nos nossos celulares, já sabe usar todos os aplicativos” completa Frankscileide.
Segundo a psicóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Gema Galgani Mesquita, o uso da tecnologia pelas crianças traz benefícios, mas é necessário saber quando e como usá-la. Entre as vantagens estão as chances de desenvolver os reflexos e a capacidade de realizar trabalhos com maior rapidez. Um dos maiores danos é para a qualidade do sono, que fica prejudicada com o uso da tecnologia. “O contato com a luz artificial atrasa a produção do hormônio responsável pela sonolência, a melatonina. As consequências são os pesadelos e a vontade de a criança ficar acordada”, conta a psicóloga.
Na maioria das vezes tecnologias podem preencher algumas necessidades importantes para crianças, propiciar experiências sociais, e ajudar a desenvolver a criatividade. Mas os pais devem ficar atentos quanto ao uso exagerado das tecnologias, pois este fator pode interferir no crescimento dos pequenos, criando situações como no caso do vídeo acima.
Uma empresa norte-americana de consultoria chamada Latitude realizou um estudo com 201 crianças (de até 12 anos) de várias partes do mundo. Os participantes tiveram que desenhar tudo o que gostariam que o computador e a internet oferecessem. Como era de se esperar, a garotada gostaria de diminuir a fronteira entre mundo digital e real, e poder realizar tarefas como tocar nos objetos da tela, e controlar o computador com a voz.
As crianças estão desde cedo inseridas no mundo tecnológico. Em uma pesquisa divulgada este ano pelo “Conicktado”, da Viacom Networks Brasil, uma rede de relacionamento, criada em 2010, para descobrir gostos e costumes de crianças e adolescentes, foram entrevistadas cerca de 150 participantes, com idade entre 8 e 14 anos, das cidades de São Paulo, Recife e Porto Alegre. O estudo revelou que em média as crianças brasileiras tem contato com a internet aos seis anos de idade, 85% das crianças com 10 anos de idade utilizam a internet para interagir com outras pessoas. O estudo revelou também que 55% dos entrevistados usam as redes para conversar com amigos, 36% para jogos, 15% para postar e ver fotos e o restante para enviar e receber recados.
Enquanto para alguns adultos as tecnologias causam um certo estranhamento, para a geração interativa os produtos tecnológicos são formas novas de explorar o mundo.
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